quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Queria que você soubesse

- Eu te amo muito.
- Eu também te amo muito.

Um beijo veio logo depois, mas não um simples beijo. Apaixonado, sincero, feliz, com sorrisos no meio, com a vontade que eles têm de se pertencerem, que durava mais a cada vez que os olhos se abriam e eles se enxergavam. Intenso, como tudo que envolve os dois.

O olhar dos dois se encontrava no meio de toda aquela paisagem e todas as coisas que aconteciam ao redor e poderiam tirar a atenção. Um repousava no outro, fixamente, não havia nada que o fizesse querer sair dali, que fizesse seus olhos desgrudarem dos dela.

Deitados na grama, debaixo de uma árvore, sem ver as horas passarem, sem se preocuparem com o tempo ou com qualquer outra coisa. Só uma coisa importava agora: eles estavam juntos, e não havia nada para atrapalhar.

Cafunés, sorrisos, risos, confissões, um abraço com a sensação de “você não vai sair daqui, e não vou deixar nada de ruim acontecer enquanto eu estiver por perto”, as pernas entrelaçadas, os suspiros, a respiração ficando difícil, o coração batendo forte. Eu perdido em você, sem a mínima vontade de querer me achar.

“Me leva daqui, foge comigo pra bem longe”, talvez fosse mesmo a minha vontade. Lembra que ficamos ali fazendo planos como se fôssemos mesmo casados? Imaginando nossa lua de mel, nossa casa, quantos filhos teríamos e como educá-los.

Desculpa ser direto sem saber se você está pronta pra saber. Sempre achei exagero ouvir as pessoas dizendo que não conseguem passar um dia longe de quem as faz bem. Talvez seja, mas é verdade que dói muito. Ainda mais pra mim, tão inseguro de tudo, involuntariamente procurando por brechas pra imaginar problemas que não existem, imaginando se você está bem e não precisa de mim a cada cinco minutos, sendo que no fundo eu sou o que mais precisa de ajuda.

Preciso de um abraço seu, dar um sorriso que só você sabe me tirar, do seu cheiro fazendo meu coração disparar, do seu toque fazendo cada parte do meu corpo ficar arrepiada. Preciso de uma dose diária de “eu te amo, meu amor”, mesmo não tendo dúvida nenhuma.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Mutável

Eu sempre quis de ter tudo sob controle, cada ação planejada, no papel, prever três passos à frente. Gostava de rotina e acho importante, assim não somos muito surpreendidos e as coisas têm menos riscos de darem errado.
E aí, fugindo da rotina, saindo do planejado, indo contra tudo que eu acreditava, você apareceu. Entrou na minha vida sem pedir licença, se tornou uma das pessoas mais importantes dela, me fez perceber e sentir o que eu já nem sentia mais e posso dizer que, a partir de hoje, seu nome e “vida” tem o mesmo significado.
E nós somos assim, não é mesmo? Sem rotina, sem saber se vai dar, onde vai dar e onde vamos parar. Fazendo tudo que está ao nosso alcance para que dê certo, matando um leão por dia, vencendo uma guerra por noite – acho que essa é a parte mais rotineira em nós.
Queria ter você por perto todos os dias, pra nunca fazer a mesma coisa. Sempre te surpreender, te alegrar, te fazer bem, te amar de jeitos diferentes. Sim, parece rotina. Mas se a rotina for viver com você pro resto dos meus dias, sendo e te fazendo feliz, eu não me importo, nem eu um pouco.
Gosto quando nossos pés brincam, quando eles dançam, quando se enroscam e se encantam. Quando eles se tocam, se esquentam, quando são cúmplices. Gosto quando eles se amam.
Gosto quando não sei como fazer e nem se fazer, mas faço. Gosto porque sempre me sinto bem, me sinto leve, me sinto vivo e tocando o céu.
Gosto quando me sinto perdido, sem saber o que falar, sem saber como te olhar, me sentindo uma criança perdida no meio da cidade grande. Você chega, me pega no colo, faz todos os problemas desaparecerem, diz que tá tudo bem, e sempre fica.
Gosto de me sentir assim: trêmulo, indefeso, nu, sem ar, com as pernas bambas, com o coração palpitante e cada vez mais ofegante.
Gosto quando você me pede cuidado, pede pra eu não judiar de você, pra eu me poupar, pra eu não me preocupar quando seu sorriso insiste em desaparecer. Gosto de dizer que vou judiar um pouco, que não sei me poupar e que não sei não me preocupar com você.
Gosto quando meus braços te envolvem, quando sinto o melhor abraço do mundo, quando mal consigo me manter de pé, quando saio todo mole depois de todas essas sensações.
Gosto quando sua voz me invade, quando ela me conforta, quando me anima. Invade ditando as batidas do coração; conforta dizendo que tudo vai ficar bem; me anima dizendo que amanhã vai ser um dia melhor, que o sol vai nascer de novo, mais e mais bonito, trazendo boas notícias.
Gosto de saber que você é minha e vai ser pra sempre assim. Isso não é ciúmes nem obsessão, é só pra te lembrar vou sempre estar aqui, ao seu lado. Sempre te apoiando e lutando por nós, mesmo que o mundo se coloque contra.

domingo, 11 de novembro de 2012

Já tive minhas dúvidas

É tarde e alguém deveria estar na cama, né? Não se faça de difícil e nem seja teimosa, você sabe melhor do que eu você precisa dormir. Amanhã seu dia vai ser cheio.
Amor, vai deitar. Não precisa dormir porque vai deitar, é só deitar. Deita e fica pensando nas coisas da vida enquanto fala comigo, vai ser bom pra nós dois. Além disso, vai ajudar a fazer o tempo aqui passar mais rápido, já que insiste em passar bem devagar quando estou longe de você.
Deixa eu te ligar agora? Ouvir sua voz é tudo que preciso pra conseguir dormir. Ei, atende logo, não me deixa esperando muito, faz mal. “Alô? Amor?”.
Quanto dengo, tudo isso é sono? Que voz mole, voz que dá vontade de largar tudo só pra te ver. De ir pro seu quarto, te dar um daqueles abraços nossos, encostar seu tronco no meu e sua cabeça no meu peito, sussurrar algumas coisas bonitas no seu ouvido enquanto eu te faço um cafuné, esperar você adormecer só pra velar seu sono e dormir logo em seguida, sem sair de perto de você. Mas já que não posso, eu ficaria lhe fazendo algumas várias perguntas só pra você não dormir e dar algumas risadas com as respostas que o sono dá no seu lugar.
Tá tudo escuro, só a televisão ilumina. Eu aqui, perdido nos meus pensamentos, na sua voz que chega a mim através do telefone. Perdido nos meus sentimentos, tão bons, tão sinceros, talvez confusos. Mas não confuso de não saber se é bom ou ruim, é muito bom, é ótimo. É tão ótimo, e tão forte, que às vezes me faltam palavras pra te contar como eles são. E quer saber? Talvez eu nem precise, tenho certeza que você sente o mesmo.
Desculpa falar essas coisas, mas talvez seja pra você que eu queira levar café da manhã na cama, esperar a chuva passar debaixo do edredom enquanto a as gotas batem na janela e dão um som a mais pra música que estamos cantando. Talvez seja pra você que eu queira cozinhar todas as coisas gostosas que eu sei fazer e te mimar. Talvez seja com você que eu queria dividir alguns travesseiros. Talvez seja você que eu queira levar em um parque, esquecer da vida e ficar ali, deitado na grama pra ver as nuvens e segurando sua mão, de vez em quando eu a traria perto da minha boca pra beijá-la e te lembrar o quanto você significa pra mim. Talvez seja você que eu queira esperar no altar, perder o fôlego quando a música começar a tocar e te avistar vindo na minha direção. Talvez seja com você que eu queira trocar votos de fidelidade, um “na saúde ou na doença, na alegria ou na tristeza, até que a morte nos separe”, talvez seja com você que eu queira escrever um novo conto de fadas. Talvez seja sua a barriga que eu quero ver crescendo e desmaiar de emoção quando chegar a hora. Talvez seja pra você que eu consiga dizer tudo que eu sinto no tempo certo, fazer tudo do jeito certo, mesmo que erre.
Talvez o último parágrafo esteja cheio de “talvez”, é só que parecia mais fácil escrever assim. Mas pra falar a verdade, eu trocaria todos os “talvez” por “com certeza é você”.
Com certeza é você que me faz feliz, que me faz sentir todas essas coisas boas que eu não sei nomear, que me acalma quando tudo parece desmoronar. Com certeza é por você que eu vou lutar.