terça-feira, 28 de maio de 2013

Um ano




De volta ao mesmo lugar onde tudo começou, pouco mais de um ano depois. A minha mesa está sendo usada por outra pessoam o lugar está bem movimentado – horário de almoço, era de se esperar. Os móveis ainda são os mesmo, a música tocada no piano ainda é o fundo, mas os quadros mudaram. O sol não entra pela janela como naquele dia. Pedi um café, e não um chocolate gelado como da primeira vez.

Muita coisa aconteceu em pouco mais de um ano. 2012 me trouxe muitas coisas boas, tirou algumas que trouxe e levou outras que não tinha o direito de levar. Entrei na faculdade, conheci novas pessoas, fiz ótimos amigos, ótimos professores. Consegui um estágio, amo o que faço, amo as pessoas que me rodeiam.

Conheci uma menina que me fez acreditar ser a certa. Me ensinou muita coisa, muita mesmo e não seria exagero dizer que ela foi um divisor de águas na minha vida. Acreditava ter achado o primeiro amor. Não duvido.

Me aproximei de algumas coisas que me faziam bem e me afastei de outras que também me faziam bem. Não de propósito, só não soube lidar, e talvez não quisesse saber. Me encontrei perdido muitas vezes durante esse tempo, pedindo socorro em algumas delas, rezando pra não ser encontrado nas outras. Só vagar por aí sem rumo ou perspectiva, sabe? Acho que às vezes sei, talvez não.

Achei amores, ganhei um e perdi logo em seguida. Tentei procurá-lo mesmo depois de perdê-lo e confesso que algumas vezes ainda tento achá-lo em outros corpos. Em vão, claro.

Perdi meu avô quando eu menos podia perder mais alguém. Nunca fomos muito próximos, mas sempre tinha a sensação de que ele poderia me ajudar, nem que fosse só pra me olhar e dizer o quanto eu era forte, pedir pra eu coçar as costas dele ou só ganhar na testa um beijo meu.

Ouvi muito essa coisa do “viver um dia de cada vez”, “relaxa, no final vai ficar tudo bem” e “seu sorriso é lindo, não esconde do mundo.” Acho que essas foram mesmo as coisas que mais ouvi nesse tempo.

Mudança define esse período que passou e vai definir mais alguns vários pela frente. Tudo sempre muda e sempre vai mudar, é isso que ensinam e eu teimo em aprender.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Se não fosse você


Me pego pensando nas coisas que vivi e como elas teriam sido se tivessem durado mais tempo, ou durassem até hoje. Não penso diferente sobre meus relacionamentos, e poxa, você é a mais recente, claro que penso muito em nós dois do que nas outras. As outras são só as outras, você é você.

E como seria se não fosse você? Bem, eu provavelmente não gostaria de chá branco com lichia, e nem conheceria aquela torta de frango da padaria em Sumaré. Eu não saberia o que é me preocupar em fazer um caminho com menos subidas ou escadas, e nem o que é querer pegar alguém no colo quando o joelho dela dói. Eu não saberia o que é deitar na grama do parque com uma camisa xadrez servindo de toalha, de olhos fechados, de mãos dadas, de rostos colados, só sentindo o seu calor e o vento que batia.

Eu não saberia como é a sensação de achar a pessoa certa – pelo menos é o que parecia ser, talvez seja e só não está sendo, vai saber. Eu não ia saber como é pensar em jogar tudo pro alto só pra poder estar junto de quem te faz bem, lutar pelo que acha justo e certo.

De resto seria eu. Cara fechada pra quem vê, mantendo a pose de forte, achando ser intocável, forte e dizendo pra todos que não sangra. Mas é inseguro, dramático, emotivo e impulsivo. Ainda bem que você passou por aqui pra fazer mudar.

Já falei que talvez as coisas tivessem sido melhores caso nunca tivesse te conhecido e amaldiçoei o dia em que você entrou por aquela porta – cabeça quente, te disse. O fato, menina, é que agora que tudo passou, que nos cruzamos e nem o olhar trocamos, que fazemos de tudo pra nem um “oi” soltar... Agora eu sinto falta até de sentir sua falta.

Eu não desistiria de nós, você não precisava nem ter pedido. Aliás, nem devia. Pedir pra não desistir de nós só me fez pensar que você também não desistiria. Pena pensar errado.