sexta-feira, 12 de julho de 2013

Sol de sexta

- Oi, te acordei né?
- Uhum.

Me derreto com essa sua voz de sono e esse dengo matinal, você não sabe o quanto.

-To indo aí então, beijo.
- Beijo.

Desliguei o telefone, levantei do banco e fui. Ouvindo a mesma playlist que ouço todas as vezes que vou, pelas mesmas ruas – até porque eu me perderia se fosse arriscar outro caminho. Cheguei.

Minha mensagens não estão chegando e lembro que você me pediu pra não tocar a campainha porque sempre faz muito barulho.

- To aqui.
- Já?
- Sim.
- Ok, to indo.

Parecia que era a primeira vez eu eu entrava por aquela porta, primeira vez que te via com aquela cara de quem acordou só por mim, parecia amor à primeira vista.

- Vem, to com sono ainda.

Fui. Você já com vários cobertores. Eu sentando na beira da cama e tirando o tênis. Um beijo na sua testa pra dizer bom dia, você aconchegando a cabeça no meu peito e segurando meus braços, ai ai.

- Tá frio lá fora?
- Ah, tá sol, mas na sombra o vento que bate é gelado.

Minha mão passeando pelas suas costas e fazendo carinho, meus dedos alisando seu rosto e depois fazendo cafuné. O sol das dez da manhã entrando pela janela, ficando menos intenso na cortina e deixando seu cabelo ainda mais dourado.

Meus olhos fechando sozinhos quando sua mão passava pelo meu rosto, meu sorriso disfarçado e de lado cada vez que sua mão percorria meus braços.

Ali, longe de todo o mal e protegido de todas as coisas ruins do mundo,  porque é assim que eu me sinto perto de você. Você dormiu e eu logo em seguida.

- Amor?
- Oi amor.
- Tenho que ir.

Tenho, mas nunca quis.